sábado, 25 de outubro de 2008

Árvore da Angústia

Aqui está o meu mais recente motivo de orgulho, uma música com uma letra minha. Espero que gostem:
http://www.youtube.com/watch?v=sg3n78ofjc8

Pois são lágrimas
A saltarem
Para um mar de ilusões,
É a água que vai regar
A árvore da angústia,
É a mudança constante
Da cor das estações,
E eu aqui
Procurando o teu caminho!

Corro para fugir,
Tropeço nos meus medos,
Salto por cima da felicidade
Esbarro com a saudade.
Só quando me sento
À beira do rio que descemos
Consigo pensar e chorar.

Passeio descalço no pinhal
Pensando no que fiz.
Sinto uma dor no coração
Mais forte que a dos pés no chão.
O suor que preenche os meus olhos
Acariciado pelos teus raios
Vai escorrendo e caindo.

Vejo folhas acumuladas
Palavras e textos que perdem sentido,
Pois só o tempo que estão paradas
Fá-las ficarem apagadas.
Pego numa folha aleatória
Do meio desta montanha
E vejo teu ser nela!

sábado, 4 de outubro de 2008

Dedicatória à Praxe


Um corvo poisou no sofá e ia observando o cair dos resguardos negros. Um a um, todos caiam naquele poço de mágoas e fuga do dia a dia, procurando manterem-se unidos, enrolados e protegidos. Daí, observavam a face pura daquele ritual a proteger o meu tronco, enquanto os ecoadores nas ruas solitárias e escuras eram atirados com as suas irmão para um canto, permitindo que o último resguardo negro se unisse a eles. Viagens pelo mundo resguardado adiaram a viagem da face pura, que poisou calmamente em cima dos resguardos negros. O corvo, das costas do sofá, via agora a seus pés um monte que se tornara branco e à sua frente um corpo que, deitado, começava a caminhar sozinho pelas ruas da memória, revendo os gritos, risos e choros do dia, as viagens e o tempo perdido, os corpos humilhados e subjugados das mentes que se tornavam cada vez mais unidos e integrados, que esqueciam famílias e amigos, lares e rotinas, e abraçavam agora aquele novo mundo chamado universidade.