sábado, 4 de outubro de 2008

Dedicatória à Praxe


Um corvo poisou no sofá e ia observando o cair dos resguardos negros. Um a um, todos caiam naquele poço de mágoas e fuga do dia a dia, procurando manterem-se unidos, enrolados e protegidos. Daí, observavam a face pura daquele ritual a proteger o meu tronco, enquanto os ecoadores nas ruas solitárias e escuras eram atirados com as suas irmão para um canto, permitindo que o último resguardo negro se unisse a eles. Viagens pelo mundo resguardado adiaram a viagem da face pura, que poisou calmamente em cima dos resguardos negros. O corvo, das costas do sofá, via agora a seus pés um monte que se tornara branco e à sua frente um corpo que, deitado, começava a caminhar sozinho pelas ruas da memória, revendo os gritos, risos e choros do dia, as viagens e o tempo perdido, os corpos humilhados e subjugados das mentes que se tornavam cada vez mais unidos e integrados, que esqueciam famílias e amigos, lares e rotinas, e abraçavam agora aquele novo mundo chamado universidade.

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